O meu amigo do mundo das criptomoedas, que em 8 anos transformou 10.000 em 1.400.000: Ser extremamente lento é ser extremamente rápido

Em 2017, o meu amigo tinha acabado de se formar e, com os 10.000 que juntou durante o estágio, entrou entusiasticamente no fervoroso mundo das criptomoedas. Na altura, surgiam todos os dias histórias de enriquecimento rápido: havia quem duplicasse capital da noite para o dia com MEME coins a multiplicar cem vezes, outros apostavam em alavancagens de 20x. Mas ele era um “fora da caixa” — não corria atrás de moedas novas, não tocava em alavancagens altas e estabeleceu três regras invioláveis para si: não investir mais de 10% do capital numa única moeda, alavancagem máxima de 5x nos contratos e cortar perdas imediatamente ao atingir uma desvalorização de 3%.

Enquanto outros passavam noites em claro a monitorizar o mercado, ele só gastava meia hora por dia a ver as cotações: escolhia três moedas principais para dividir o portefólio, realizava lucros assim que cada operação atingia 5% de ganho e, obrigatoriamente, transferia 30% dos lucros para a conta bancária, nunca deixando o dinheiro parado apenas no ecrã. Em 2019, no mini-bull market, o ETH subiu de pouco mais de $100 para mais de $300; assim que o seu ETH atingiu um lucro de 12%, reduziu a posição pela metade conforme o plano, levantou mais de 20.000 para comprar um frigorífico novo para a família e colocou stop móvel no resto da posição, recusando-se a aumentar a exposição, independentemente das subidas posteriores.

Durante o bull market, todos exibiam lucros diários de 20% e gozavam com ele: “és demasiado conservador, nunca vais ganhar grande dinheiro”. Mas ele sorria e dizia: “No mundo das criptomoedas, nunca vais conseguir ganhar todo o dinheiro, mas podes perder tudo.” Em 2022, durante o bear market, com o colapso da LUNA e o escândalo da FTX, muitos investiram tudo a tentar apanhar o fundo e perderam tudo, mas ele já tinha reduzido as posições totais para 20% do património — 15% em BTC e ETH, moedas resilientes, e 5% em stablecoins. Mesmo com o mercado a cair, recusou sempre reforçar posições e nunca pensou em “apanhar o fundo”. Nessa fase, o seu portefólio só desvalorizou 12%, enquanto muitos amigos perderam mais de 80% e acabaram por abandonar o sector.

Disse-lhe mais do que uma vez: “Vês os outros com alavancagem de 10x a duplicar o dinheiro numa semana; ao teu ritmo, quando é que vais ficar rico?” Ele respondia sempre: “Já te esqueceste? Se perdes 50%, tens de ganhar 100% só para voltar ao ponto de partida. Proteger contra perdas é a base dos juros compostos.” Uma vez, acreditou numa moeda secundária de um determinado sector, mas só investiu 8% do capital. Assim que caiu 2,8%, quase a chegar ao limite de 3%, vendeu imediatamente. No dia seguinte, a moeda recuperou, mas ele não se arrependeu — para ele, as regras são mais importantes do que ganhos ou perdas momentâneas.

No final do ano passado, mostrou-me uma captura de ecrã: 1.400.000. De 10.000 para 1.400.000 em 8 anos, sem nunca cair em projectos fraudulentos nem sofrer liquidações, o seu gráfico de lucros parecia uma linha suavemente ascendente — sem ganância nas subidas, sem pânico nas quedas. Aqueles que o chamavam de “burro” já desapareceram nas sucessivas fases de alta e baixa, enquanto ele, com a lucidez de “sobreviver é mais importante do que enriquecer”, levou o poder do juro composto ao limite: reinvestia lucros de forma diversificada e nunca reforçava cegamente posições em perda, deixando os lucros crescerem e travando os riscos.

A verdade mais cruel das criptomoedas é esta: os lucros exorbitantes acabam sempre por voltar a zero, só a estabilidade é sustentável. A história do meu amigo mostra-nos que a distância entre 10.000 e 1.400.000 não se mede em moedas que multiplicam cem vezes, mas sim na disciplina de controlar as perdas durante 8 anos — não correr atrás das subidas no auge, não tentar adivinhar o fundo nas quedas, cumprir rigorosamente as regras em cada operação. Devagar é depressa, estabilidade é vitória, e quando a maré baixa, quem avança com firmeza acaba por chegar à outra margem da riqueza.