Em 11 de novembro de 2025, uma carta intitulada "Vou ficar quieto" causou um rebuliço no mundo dos investimentos. Warren Buffett, de 94 anos, anunciou que deixará o cargo de CEO da Berkshire Hathaway no final do ano, ao mesmo tempo em que continua acelerando suas doações de ações. Este idoso, que escreveu sua lenda com juros compostos e visão de longo prazo, finalmente vai passar a tocha.

Falando de Buffett, talvez a primeira coisa que venha à mente seja o título de "Deus das Ações". Ele provou ao longo de décadas que o investimento em valor não é uma conversa fiada — comprar empresas de qualidade, manter por longo prazo, e deixar o tempo ser seu aliado. Essa estratégia influenciou milhões e moldou a lógica fundamental das finanças tradicionais. Mas o mais interessante é que, com o surgimento do mundo cripto, esse mesmo idoso se tornou um dos maiores opositores.

Lembra-se de sua famosa frase? Que o Bitcoin é "o veneno de rato ao quadrado". Para ele, essa coisa não gera fluxo de caixa nem tem ativos físicos de suporte, sendo apenas um jogo de passar a bola. Essa opinião ressoou no mundo dos investimentos tradicionais, mas no universo blockchain virou motivo de risada. Afinal, quando você acredita que algo não vale nada, ele acaba mudando as regras silenciosamente.

Desde a criação do bloco gênese em 2009, o Bitcoin já percorreu mais de uma década. Os dados na cadeia não mentem: o número de endereços ativos atinge recordes, o tamanho dos pools de liquidez continua crescendo, e fundos institucionais entram sem parar. Aqueles chamados de HODLers, que mantêm suas posições por longo prazo, já ultrapassaram o âmbito da especulação. Essa fé descentralizada está demonstrando, de outra forma, o que significa "longo prazo".

A despedida de Buffett simboliza, de certa forma, uma mudança de era. O investimento tradicional valoriza os fundamentos das empresas e o desconto do fluxo de caixa, enquanto o novo mundo financeiro valoriza mecanismos de consenso e efeitos de rede. Os dois não são totalmente opostos, mas a lógica subjacente está mudando. Quando a geração mais velha sai de cena, novas forças já ocupam o centro do palco.

Quem sabe, no futuro, olharemos para trás e veremos esse momento como um ponto de inflexão interessante: um sábio que defendia o tradicional opta pelo silêncio, enquanto um sistema construído por códigos e consenso cresce de forma selvagem. Quem está certo? O tempo dirá. Mas uma coisa é certa — a história do mundo financeiro ainda está longe de acabar.