A Tether já não é apenas uma emissora de stablecoins. Os dados mais recentes mostram que, até 2025, a empresa acumulou 8,7 mil milhões de dólares em reservas de ouro suíço, tornando-se um dos maiores detentores privados de ouro do mundo — comprando mais de 1 tonelada por semana.
Qual é a lógica por detrás disto? A Tether reajustou a sua estratégia de alocação de ativos. O relatório do início deste ano indica reservas de 181,2 mil milhões de dólares face a 174,5 mil milhões de dólares em passivos, com um saldo de 6,8 mil milhões de dólares. Ao contrário de outras stablecoins (como a USDC, que investe sobretudo em dívida pública dos EUA), a Tether optou pelo ouro — atualmente cotado a 4.168 dólares/onça. Esta movimentação está em linha com o ritmo dos bancos centrais, que em 2024 compraram mais de 1.000 toneladas de ouro.
Mais agressivas ainda são as mudanças de pessoal e a expansão comercial da Tether:
Recrutamento de dois executivos de negociação de metais do HSBC (chefe global de negociação de ouro + responsável de metais preciosos para Europa, Médio Oriente e África)
Lançamento de um projeto de cofres de ouro no valor de 200 milhões de dólares
Lançamento do token XAU₮ (já emitidos 1,5 mil milhões de dólares), permitindo ao retalho comprar ouro físico através da blockchain
Início de investimentos em empresas de mineração e royalties, entrando diretamente na cadeia de fornecimento do ouro
Significado para o mercado: Isto não é apenas uma estratégia de cobertura de risco por parte da Tether, mas sim uma adaptação a uma tendência maior — instituições, bancos centrais e empresas usam ouro para se protegerem do risco de desvalorização do dólar. Expectativas de cortes nas taxas da Reserva Federal, dólar mais fraco e tensões geopolíticas aumentam o apelo dos ativos de refúgio. Os ETFs de ouro gerem agora 170 mil milhões de dólares em ativos, com entradas semanais de 1,3 mil milhões de dólares.
Pontos de risco:
Persistem as dúvidas sobre transparência: apesar de a Tether publicar relatórios de certificação regulares, há pedidos para auditorias independentes e divulgação detalhada (listas dos lingotes, detalhes de custódia)
Os tokens digitais de ouro dependem da credibilidade do emissor — se a Tether tiver problemas, o XAU₮ fica em risco
Os riscos de hacking e de tempestades regulatórias no sector cripto podem afetar estes produtos
Em suma: A Tether está a tokenizar ouro com recurso à blockchain, reforçando tanto a estabilidade das suas reservas como, potencialmente, inaugurando um novo paradigma de negociação de ativos. Mas este híbrido — inovação digital + ativo físico — só conquistará verdadeira confiança se a empresa souber gerir bem as questões da transparência e da segurança.
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A Jogada de Ouro da Tether: De Emissora de Stablecoins a Gigante dos Metais Preciosos
A Tether já não é apenas uma emissora de stablecoins. Os dados mais recentes mostram que, até 2025, a empresa acumulou 8,7 mil milhões de dólares em reservas de ouro suíço, tornando-se um dos maiores detentores privados de ouro do mundo — comprando mais de 1 tonelada por semana.
Qual é a lógica por detrás disto? A Tether reajustou a sua estratégia de alocação de ativos. O relatório do início deste ano indica reservas de 181,2 mil milhões de dólares face a 174,5 mil milhões de dólares em passivos, com um saldo de 6,8 mil milhões de dólares. Ao contrário de outras stablecoins (como a USDC, que investe sobretudo em dívida pública dos EUA), a Tether optou pelo ouro — atualmente cotado a 4.168 dólares/onça. Esta movimentação está em linha com o ritmo dos bancos centrais, que em 2024 compraram mais de 1.000 toneladas de ouro.
Mais agressivas ainda são as mudanças de pessoal e a expansão comercial da Tether:
Significado para o mercado: Isto não é apenas uma estratégia de cobertura de risco por parte da Tether, mas sim uma adaptação a uma tendência maior — instituições, bancos centrais e empresas usam ouro para se protegerem do risco de desvalorização do dólar. Expectativas de cortes nas taxas da Reserva Federal, dólar mais fraco e tensões geopolíticas aumentam o apelo dos ativos de refúgio. Os ETFs de ouro gerem agora 170 mil milhões de dólares em ativos, com entradas semanais de 1,3 mil milhões de dólares.
Pontos de risco:
Em suma: A Tether está a tokenizar ouro com recurso à blockchain, reforçando tanto a estabilidade das suas reservas como, potencialmente, inaugurando um novo paradigma de negociação de ativos. Mas este híbrido — inovação digital + ativo físico — só conquistará verdadeira confiança se a empresa souber gerir bem as questões da transparência e da segurança.