Desta vez, o mercado está mesmo a levar a sério a possibilidade do Banco do Japão aumentar as taxas de juro em dezembro.
A Reuters foi direta ao assunto a 4 de dezembro, citando três fontes internas do governo japonês: desta vez, a taxa de juro de referência deverá passar dos 0,5% para os 0,75%. Importa lembrar que, desde a medida tomada em janeiro deste ano, esta seria mais uma verdadeira restrição monetária por parte do Banco do Japão.
Na verdade, o sinal já tinha mudado dois dias antes. No dia 2 de dezembro, o governador do banco central, Kazuo Ueda, deixou escapar numa reunião: "Na reunião deste mês, temos de ponderar seriamente se aumentamos ou não as taxas de juro" — com esta linguagem oficial, todos perceberam o recado: isto não é o prelúdio para uma ação? Dito e feito, passados dois dias, fontes anónimas confirmaram: "Se o banco central quiser subir as taxas, que suba; do lado do governo, é à vontade." Ou seja, até a última dúvida foi dissipada.
Em resumo, isto só avança porque o governo já não está a bloquear o processo. Antes, o mercado ainda especulava se a primeira-ministra Sanae Takaichi, conhecida pela sua postura conservadora, não estaria preocupada que uma subida das taxas de juro pudesse prejudicar a recuperação económica ou destabilizar o iene, e se, por isso, não estaria a dificultar o trabalho ao banco central nos bastidores. Mas, afinal, ela largou as rédeas e devolveu totalmente ao banco central o controlo da política monetária — uma posição clara de "façam como entenderem".
Kazuo Ueda fez bem as contas: neste momento, os dados de inflação estão estáveis, o mercado de trabalho está apertado e os fundamentos económicos aguentam o impacto de um pequeno aumento das taxas. Se, por receio das preocupações do governo, continuasse a adiar, só atrasaria o processo de normalização da política monetária.
O mercado reagiu mais rápido do que ninguém. Assim que Kazuo Ueda falou na segunda-feira, os traders atribuíram logo uma probabilidade de 80% a um aumento das taxas em dezembro; agora, com a confirmação das fontes do governo, até os restantes 20% de incerteza desapareceram. Neste momento, a questão já não é "se vai haver aumento", mas sim...
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ShibaSunglasses
· 12-04 07:41
Raios, o governo desta vez está mesmo a lavar as mãos, o banco central faz o que quiser.
80% de probabilidade passa diretamente a 100%, o suspense acabou completamente.
O iene vai disparar outra vez? Desta vez não há mesmo como escapar.
A propósito, a Sanae Takai foi bastante esperta com esta jogada, fez de conta que não sabia de nada.
Com a subida das taxas de juro, é preciso reavaliar os ativos em ienes que tenho.
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SeasonedInvestor
· 12-04 07:36
O iene vai finalmente valorizar-se desta vez, já não está parado.
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SmartContractWorker
· 12-04 07:24
O Ueda está mesmo a jogar com o governo, agora é ver como reage o iene.
Desta vez, o mercado está mesmo a levar a sério a possibilidade do Banco do Japão aumentar as taxas de juro em dezembro.
A Reuters foi direta ao assunto a 4 de dezembro, citando três fontes internas do governo japonês: desta vez, a taxa de juro de referência deverá passar dos 0,5% para os 0,75%. Importa lembrar que, desde a medida tomada em janeiro deste ano, esta seria mais uma verdadeira restrição monetária por parte do Banco do Japão.
Na verdade, o sinal já tinha mudado dois dias antes. No dia 2 de dezembro, o governador do banco central, Kazuo Ueda, deixou escapar numa reunião: "Na reunião deste mês, temos de ponderar seriamente se aumentamos ou não as taxas de juro" — com esta linguagem oficial, todos perceberam o recado: isto não é o prelúdio para uma ação? Dito e feito, passados dois dias, fontes anónimas confirmaram: "Se o banco central quiser subir as taxas, que suba; do lado do governo, é à vontade." Ou seja, até a última dúvida foi dissipada.
Em resumo, isto só avança porque o governo já não está a bloquear o processo. Antes, o mercado ainda especulava se a primeira-ministra Sanae Takaichi, conhecida pela sua postura conservadora, não estaria preocupada que uma subida das taxas de juro pudesse prejudicar a recuperação económica ou destabilizar o iene, e se, por isso, não estaria a dificultar o trabalho ao banco central nos bastidores. Mas, afinal, ela largou as rédeas e devolveu totalmente ao banco central o controlo da política monetária — uma posição clara de "façam como entenderem".
Kazuo Ueda fez bem as contas: neste momento, os dados de inflação estão estáveis, o mercado de trabalho está apertado e os fundamentos económicos aguentam o impacto de um pequeno aumento das taxas. Se, por receio das preocupações do governo, continuasse a adiar, só atrasaria o processo de normalização da política monetária.
O mercado reagiu mais rápido do que ninguém. Assim que Kazuo Ueda falou na segunda-feira, os traders atribuíram logo uma probabilidade de 80% a um aumento das taxas em dezembro; agora, com a confirmação das fontes do governo, até os restantes 20% de incerteza desapareceram. Neste momento, a questão já não é "se vai haver aumento", mas sim...